sábado, 17 de dezembro de 2011

Quando parar? Cap.20

Cap. 20

Os pássaros cantavam, levantei olhando para os lados. Oliver ainda estava dormindo. Passei o cabelo para trás olhando em volta, um homem andava com o cachorro fazendo exercício, mas tirando isso continuava vazio.

-Que horas são?- perguntou Oliver levantando. Ele me puxou para perto dele.

-Não faço ideia. -dei de ombros. - É melhor voltarmos. Quero saber como estão as coisas.

-Tudo bem. -sorriu.

Ele pegou sua blusa e colocou no ombro. Me levantei e fomos andando para a casa de Nathalie.

-Onde vocês estavam?- Jeremy nos fusilou com os olhos, sua expressão de raiva era visível.

-Não é da sua conta. -Falei sem emoção.

-Já planejaram alguma coisa?- Perguntou Oliver.

-Sim, temos três dias. Não teremos como evitar o ataque a casa porque eles não irião acreditar em nós. Lilian vai destraí-los enquato entramos na casa. Pegamos a pedra e nos preparamos para o ataque.

-Você está brincando comigo? Eles são vários e nós apenas sete.

-Somos trinta e sete - congelei.

-Derick?!- dei um passo para trás.

-Feliz em me ver Lis? -sorriu malicioso. Oliver apertou minha mão.

-Na verdade, não. O que está fazendo aqui? Achei que tinhamos um trato! - minha voz quase o dilacerou como mãos.

-Vim ajudar. -deu de ombros indiferente. - Além disso você não está em posição de escolher.

-Eu o chamei - disse Nathalie. - Precisavamos de ajuda.

-Tanto faz. -suspirei sem tirar os olhos dele- Quando vamos?

-Começamos essa noite. -Avisou Lilian.

-Mariah já cuidou de tudo. - disse Tunker.

-Está bem então. - fui arrumar as minhas coisas. Não me importaria de usar aquele shampoo novamente.

O fato de Derick estar alí me encomodava bastante. Ele não era o tipo de parceiro que uma pessoa gostaria de ter, além de tudo era conhecido por sua preferencia de trabalhar sozinho.

-Lis?- chamou Lilian da porta.

-O que você quer?- não olhei para ela.

-Poderia ser mais gentil, aliais estou aqui para ajudar.

-É, eu poderia. Não é o caso. -fechei a mochila.

-Hmm... sinto muito por aquela noite. -falou em um tom baixo.

-Tá legal. -respondi saindo do quarto.

Todos estavam reunidos na sala. Fiquei parada no inicio do corredor.

-Está tudo certo. Saimos em uma hora - disse Mariah. Assenti com a cabeça.

-Oliver, Jeremy e eu vamos sair para pegar munição. - Disse Tuker.

-Nathalie vem comigo. -Falou Mariah - Vamos até a loja de uniformes.

-Ótimo -bufei - Isso é sério?

-O quê Lis? - Oliver me encarou.

-Eu vou ficar aqui com eles? - Lancei a mão na direção de Lilian e Derick.

-Pode suportar? - Ele me encarou. Lancei o olhar para Derick.

-Claro, já encarei a morte várias vezes. - Disse indo para o quarto.

Fiquei sentada em cima da cama olhando a janela por um tempo. Eu não acreditava que estava passando por tal situação.
A porta abriu.

-Você acha que seu mau-humor vai resolver tudo?-disse ele.

-Não, mas espero que me afaste de você. -Não o olhei.

-Isso já faz tanto tempo Lis. Podia esquecer, não é mesmo?

-É muito fácil esquecer como você colocou aquela faca na garganta da Emma. - A lembrança me fez estremecer.

-Ela atrapalhava tudo entre nós. -disse em um sorriso.

-Você é um doente! -gritei. Emma era minha melhor amiga.
Ele agarrou meu cabelo.

-Mas você gostava. -ele continuava sorrindo. Ele me atirou no chão. Senti meu rosto bater contra o piso e umidecer.

-Você me dá nojo. -cuspi me afastando em direção a porta.

Derick foi mais rápido do que eu. Ele me puxou pelo braço com força. O grito surdo saiu de minha garganta involuntariamente.
Ele me atirou na cama.  Fiquei parada encarando-o. Então ouvimos um barulho, para mim alívio, mas para ele a morte.

-Se afasta. -Disse Lilian firme segurando a arma.

-Calminha gracinha - Disse em seu tom irônico que agora continha medo.

-Saí logo daí seu merda! -ela continuava segurando a arma firmemente. Ele se afastou.

-Lis. -chamou ela. Percebi que eu estava um tanto congelada em meio daquilo tudo.

-Hmm? - olhei para ela.

-Saí daqui. -ela apontou para a porta com a cabeça. Me levantei descoordenada e saí do quarto. Parei no corredor.

-O que acha que está fazendo?- perguntou Derick.

-Não esqueça porquê você está aqui. -Sua voz estava afiada - Se não eu vou esquecer.

Sentei no sofá da sala, senti as lágrimas cairem sobre meu rosto. Emma era como uma irmã para mim. Desde o orfanato, eramos inseparáveis. Quando Derick e eu começamos a sair ele começou a ter ciúmes dela e então a matou na minha frente. Desde aquele dia, fizemos um acordo. Ele não tocaria mais em mim e eu não o entregava. Ele poderia até me matar, mas a sua obsessão doentia por mim não permitia. Emma era tão frágil. E mesmo depois de tanto tempo, seus gritos me amedrontavam.

-Lis? -Oliver estava parado na porta. Jeremy e Tuker logo atrás -O que houve com o seu rosto?

-Não foi...

-O esquizofrênico atacou ela. -Disse Lilian do corredor interrompendo-me.

-Derick? -A voz de Jeremy estava fria.

-É. -completou Lilian. Oliver deu um passo a frente irritado.

-Espere Oliver! -falei quase suplicando. -Precisamos dele.
Ele hesitou por um minuto e então se sentou ao meu lado.

Continua...

domingo, 20 de novembro de 2011

Quando parar? Cap.19

Cap. 19

Depois de algum tempo, Nathalie já sabia de tudo. Montamos estratégias a maior parte da tarde. Tinhamos descansado e continuado direto.
Após algum tempo o celular de Oliver tocou. Todos olhamos para ele ao mesmo tempo
-Sim?- disse ele em um tom frio.

Ficamos observando. Ele passou o enderesso de Nathalie.

-Estou esperando. - Disse antes de desligar.

O fitei por um longo tempo.

-Quem era?

-Am...

A porta se abriu. Entraram Tuker, Lilian e Mariah.

-Ficamos sabendo de tudo. Sam está se preparando. Ele virá em quatro dias. - Disse Mariah.

-O quê?... Como vocês...? - não consegui terminar.

-Se vocês conseguirem uma boa equipe acho que podemos com ele.

-M-mas... quatro dias? é muito pouco!

-É o que temos Lis.

-Lis tem razão Mariah, é muito pouco tempo. - reclamou Jeremy.

-Desculpe Jeremy, vamos ter que dar um jeito.

Ele suspirou alto.

Passamos quatro horas trabalhando. Me dirigi até o banheiro para lavar o rosto.
Joguei água em meu rosto esperando que toda a agitação acabasse, mas não pareceu melhorar.

-Você está bem?- senti suas mãos descerem por meus braços se fechando em minhas mãos.

-Estou cansada. - apertei suas mãos com um pouco de força. Ele sorriu.

-Vai ficar tudo bem. Quer dar uma volta?- beijou meu pescoço.

-Seria ótimo Oliver. -sorri.

Saimos pela janela mesmo. Eu conhecia a área e não era tão perigosa assim. Ele não soltava as minhas mãos, nem se eu quisesse. Fomos até um parque alí perto. Não estava totalmente destruido, algumas coisas ainda prestavam. Sentei no balanço e ele no outro ao meu lado.

-Engraçado não é?- disse ele com um tom calmo.

-Hmm? -me balancei olhando para o alto.

-Entramos nessa como bandidos e agora vamos sair como os bonzinhos. -Ele riu. Olhei para ele enquanto a lua brilhava em seu rosto. Sorri involuntáriamente.

-Acho que tem razão.

-Você parece se importar com eles. Porque eles eu sei que se importam com você.

-Se importam? Você nem os conhecem. -Olhei para baixo.

-Você não vê nada Lis? É adotada, e mesmo depois de ter feito tanta merda, ainda deixaram seu quarto lá. Esperando que você volte.

Fiquei em silêncio. Ele se levantou e veio em minha direção, ele se abaixou e me beijou. Coloquei meus braços envolta de seu pescoço enquanto meus lábios roçavam nos dele.
Ficamos assim durante algum tempo. Eu sabia que o queria de modo que nunca quis alguém antes. Toda a minha vida foi fugir de tudo que pudesse me prender, mas com ele era diferente. Eu não tinha medo de ficar presa, não se fosse com ele.
O céu estava completamente cheio de estrelas. E então eu senti algo que era raro para mim, em poucos momentos tive essa sensação como quando os Haller me adotaram, ou como Andy e eu brincavamos no jardim.

Ele se afastou lentamente de mim, seus olhos ainda fechados.

-Quer voltar?- manteve os olhos fechados. Toquei em seu rosto.

-Nem morta. -ele sorriu.

Fomos para baixo de uma árvore ela estava aconchegante, suas raízes formavam paredes. Eu estava em seu colo e ele me abraçava.

-Lis, eu nunca achei que teria alguém comigo. Quero dizer, na vida que levamos não achei que iria encontrar alguém. - Ele riu.

-Você é muito idiota. - disse olhando para a bela face que a ele pertencia.

-E você um amor de pessoa - deu um sorriso irônico. Eu ri.

-Bem, eu já era assim quando você me conheceu e eu não vou mudar. -olhei para a raíz.

-Eu não pediria para você mudar. Gosto de você assim... dominadora. -mordeu meu lábio inferior de leve e soltou.

-Eu não mudaria mesmo que você pedisse. -o beijei. Ele ria entre o beijo.

-Você é inacreditável. -sorriu.

-Você ainda não viu nada. -O empurrei fazendo com que deitasse na grama e ele me envolveu em seus braços.

Continua... 

sexta-feira, 18 de novembro de 2011

Quando parar? Cap.18

Cap. 18
Oliver tinha comprado as passagens e o voo sairia em meia hora. Jeremy tinha acordado, ele me encarava com expressão de dor. Mas eu sabia que não era pelo olho roxo. Eu não dirigi a palavra a ele a noite toda.
Chamaram nosso voo, Oliver voltou do banheiro.
-É o nosso. -ele pegou as mochilas.
Entrei no voo sem emoção. Fiquei ouvindo música a maior parte do tempo.
-Descanse um pouco. -disse Oliver para mim tirando meus fones.
-Estou bem.
-Não está não. -Tirou o aparelho de minhas mãos. - Descanse um pouco - repitiu.
-É sério... Estou bem.
-Feche os olhos Lis. Aviso quando chegarmos.
Fiz o que ele mandou. Jeremy não havia dito uma palavra. Ele era mais que meu irmão. Ele sempre cuidou de mim. Mas nunca me senti tão traida. Não era justo que ele usasse minha família como alvo. Mesmo que não fosse minha de verdade. Faziam parte de mim.
Horas já deviam ter passado e eu continuava apenas de olhos fechados perdida em meus pensamentos.
-Lis. -Chamou a voz de Oliver.
-Sim?. - abri os olhos.
-Chegamos.
-Certo.
Peguei minha mochila e saí do avião. Meu corpo estava contraido em raiva. Pegamos um taxi até a casa de Nathalie.
Bati na porta. Ela abriu.
-Lis? Jeremy? -olhou para Oliver.- Oi. -disse sem emoção.
-Temos que ficar aqui por um tempo. -disse para ela. Ela encarou os meninos e eu.
-Estou com um cliente agora.. Tem como voltar mais tarde?
-Jeremy ferrou tudo. O irmão de John está vindo. Vão destruir minha casa, com os Haller dentro.
Ela hesitou um momento.
-Entrem.
Entramos, joguei minhas coisas na sala e fui até o quarto. Um homem estava deitado na cama.
-Mas... o quê? -ele se espantou
-Vasa daqui! -disse derrubando ele da cama.
-Eu estou pagando.
-Cai fora ou a vadia da sua esposa vai ficar sabendo que o maridinho dela faz quando deveria trabalhar.
-Vai se ferrar sua...
-É isso mesmo -empurrei ele para fora do quarto- Vai lá.
A raiva estava em todo o meu corpo. Ele saiu correndo.
-O que está acontecendo? -Perguntou Nathalie.
-Jeremy escondeu uma pedra de Sam na casa dos Haller. Ele quer de volta. E vai acabar com tudo.
-Já falou com o Derick? - Ela me olhou. Fiquei sem ação.
-Derick? -Jeremy falou depois de tanto tempo. - Achei que tinha prometido não se encontrar mais com ele Lis!
-A questão não é essa Jeremy. Você colocou a droga da minha familia em risco.
-Quem é Derick? - perguntou Oliver.
-É um cara que ela estava saindo.. ele é o poderoso aqui da região. -Disse Nathalie
-Ele é barra pesada! muito mais que o Sam. Você sabe muito bem disso! Você podia ter morrido.- Jeremy gritava.
-É! Mas não morri! - gritei em resposta.
-Quanto tempo eles estavam saindo?- perguntou Oliver.
-Uns 2 anos... por aí. Pararam no inicio desse ano.
-Nathalie! Isso não importa! A droga da minha... Os Haller estão com problemas.
-2 anos? - Oliver me puxou para seus braços me prendendo com um abraço.
-É.. mas como ela já disse, não vem ao caso. - Respondeu ela.
-Vamos começar logo com isso. - disse Jeremy
continua...

Quando parar? Cap.17

Cap. 17
O veiculo deslisava pela rua como patinação no gelo. Oliver não tinha muita paciência com trânsito e isto era claro.
-Oliver! -gritei.
-Aperte o cinto! - gritou em resposta.
Me perguntei se o carro poderia ir mais rápido que aquilo. Não gostei da resposta. Ele continuava deslisando o carro pela rua.
-Mas que droga Jeremy! -gritei esmurrando o porta luvas.
Oliver parou o carro com tudo. Meu corpo foi lançado para frente, mas foi interrompido pelo cinto. Ele saiu do carro com tudo entrando na casa. Tirei o cinto rapidamente correndo para dentro.
-Vocês voltaram! - Disse Tunker.
Jeremy se levantou, empurrei ele na parede e coloquei a faca que estava presa na minha cintura em sua garganta.
-Por que não me contou ? A merda da pedra está na casa dos Haller!
-Lis.. Eu não podia. -sua voz vacilou.
-Merda Jeremy! Que droga! -me afastei dele.
Peguei as minhas coisas e joguei na mala do carro que tinhamos roubado de Sam.
-Oliver! -gritei, ele veio correndo. - Você sabe onde arrumar armas em Los Angeles?
-Conheço um cara. - ele me fitava.
-Pode me dar o endereço? Vou voltar para lá.
-Eu vou com você.
-Oliver...

-Eu vou- me enterrompeu. - Vou pegar minhas coisas. - suspirei.
Ele não demorou muito. Colocou as coisas no carro e entrou. Jeremy apareceu.
-Lis! Você não pode ir sozinha. Você não faz ideia do que Sam pode fazer!
-Devia ter pensado nisso antes. -Entrei.
-Lis!
-São meus pais Jeremy!
-Eles estão mortos! Seus pais estão mortos! Eles são estranhos.
Oliver saiu do carro e deu um murro em Jeremy.
-Cala a boca seu merda! Você não vale nada.
-Oliver! - minha voz deu um salto- Traga ele para o carro.
-Lis.. ele não precisa vir.
-Precisamos dele. Ele sabe onde está a pedra. - suspirou e o colocou no carro.
-Para onde vamos? -perguntou ligando o carro.
-Para o aeroporto de Seattle - Ele concordou com a cabeça.
Continua...

Quando parar? Cap.16

Cap. 16
Já deviam ter passado horas, Oliver e eu estavamos deitados no sofá. Seus braços em minha volta, eu estava dormindo havia um tempo. Me perguntei se ele teria dormido. Virei-me para ele.
-Há quanto tempo estamos aqui?- perguntei.
-Umas 10 horas. -beijou o alto de minha testa.
-Hmmm.. esse Sam está torrando minha paciência. -senti a irritação voltar.
-Senhores? -A voz de Phill vinha do alto da escada. - Meu chefe irá atendê-los agora.
-Já estava na hora. -resmungou Oliver levantando-se logo atrás de mim.
Subimos as escadas e seguimos Phill até uma sala. Era um escritório, na parede tinha uma estante com várias pedras e todas com nomes. Tinha um lugar vago no meio.. eu não entendi, mas deduzi que só faltava ela na coleção. O resto da parede era repleta de quadros conhecidos.
- Sejam bem-vindos! -uma voz semelhante a de um trovão ecoou atrás de nós.
-Deveriamos levar isso como uma gentileza? - disse virando-me para olhá-lo.
-Prazer em finalmente conhecê-la Elisabeth. -Seus olhos me fitavam irritantemente- Pensei que fosse mais velha, quantos anos tem? dezessete?
-Tenho dezenove- o encarei e logo suspirei-Pode ser breve? Não estou muito confiante em sua agilidade.
-Meu irmão deve ter comentando de seu senso de humor. -ele ria. O encarei esperando que começasse a falar.
-Bem Elisabeth... receio que a conversa deva ser particular. -ele encarou Oliver.
-Ele fica. -mantive minha voz seca e sem emoção.
-Como quiser. -deu de ombros. - Você tem algo que me pertence, e eu quero de volta.
-Olha, eu já disse..
-Ah claro! como não pensei nisso. - ele parecia debochado ao andar pelo cômodo. - Jeremy não lhe contou?
-Sobre o quê? -o encarei.
-A pedra. - ele sorrio. - Me corrija se eu estiver errado. Você conheceu meu irmão, John. John Reed. - congelei. Ele abriu um sorriso largo.
-Receio que sim.
-E agora quer vingança? -o pânico deslisou em minha voz.
-Não.. Ele teve seus momentos. -Deu de ombros. - Quero a pedra. Jeremy a robou de mim.
-Eu não sei de pedra alguma. -falei um pouco mais tranquila.
-Curioso... não? -ele olhou para Oliver e para mim.
-Você sabe onde ela está. -não foi uma pergunta. Me mantive firme.
-Sim. -ele riu. -Engraçado como você nunca suspeitou. Jeremy a escondeu em algum canto na casa dos Haller.
-Ele fez o que? -minha voz falhou.
-É.. esperava que você soubesse onde está... mas vejo que é inútil... mesmo assim deixarei vocês irem. Avise para ele -sorrio- que irei destruir cada canto daquela casa.. até encontrar o que é meu.
-Meus pais estão lá! Meu irmão também! -foi quase um grito.
-Que pena, não?
Oliver permanecia calado. Eu não ouvia nada dele.
-Está de brincadeira. só pode! -ele riu.
-É uma pena Elisabeth.
Oliver tirou algo do casaco. Me abaixei de imediato. Um disparo e um grito.
-Vamos Lis! - ele gritou me pegando pelo braço. Minhas pernas tentavam acompanhar o ritmo.
Phill apareceu, Oliver atirou nele. E mais gente começou a aparecer.
-Droga.- Murmurou.
Ele pegou o mesmo caminho de antes. Fomos parar na garagem. Phill havia deixado as chaves no carro.
-Entra! -ele gritou. Pulei para o banco de carona. Ele entrou em seguida.
O carro arrebentou a porta da garagem. E tudo que eu conseguia ver era rastro de luz.
Continua...

Quando parar? Cap.15

Cap.15
Durante o Caminho, pequenas iluminações batiam em meu rosto. Oliver ainda segurava minha mão, eu não estava mais rigida, estava totalmente relaxada. Independente do que fosse acontecer.
-Trabalha há muito tempo para Sam? -perguntou Oliver, seus dedos se entrelaçaram aos meus.
-Há algum tempo. -respondeu Phill.
-É apenas um pombo correio? - Oliver estava tentando provocar.
-Mensageiro, eu prefiro.
-Ah, claro! -ele sorriu. -Então nunca matou ninguém?
-Não.
- É muito religioso Phill... por que entrou nessa? -percebi que seus olhos batiam em uma bíblia aberta no banco do carona.
-Não faço nada de errado senhor Oliver.
-Não faz? - Oliver riu ironicamente - O que você faz Phill?
-Eu apenas passo mensagens e levo as pessoas até o meu chefe.
-As encaminha para a morte. - corrigiu. Senti o sangue gelar. Mesmo sabendo que eu poderia viver, eu não estava totalmente confiante de que isso fosse acontecer.
-Eu sei senhor... mas não as mato. Elas entrão no carro por vontade própria. -Disse manobrando o carro para uma garagem- Eu apenas mostro o caminho. -ele desligou o motor- Chegamos.
Descemos praticamente juntos, Oliver não soltou a minha mão. Passamos pelos corredores estreitos da casa. Sam tinha bom gosto e isso não podiamos negar.
As paredes eram de madeira cor tabaco e o carpete era tonalizado em um creme muito claro. Possuia quadros e mais quadros, peças importantíssimas, mas deduzi que eram cópias pois não haviam relatos sobre roubos ou coisa parecida.
Phill nos levou até uma sala, e nos mandou esperar no sofá. Percebi as esculturas familiares, era tudo tão familiar.
-Oliver... essas esculturas, são familiares... -olhei ao redor.
-Ele parece gostar de coisas velhas - ele franziu o nariz - isso aqui parece um museu.
-Hmmm... -passei a vista novamente no local.
-Ele deve ser colecionador... Não ligue, cada vilão com sua mania.. -deu de ombros. Tentei não rir.
-Tecnicamente, não somos os mocinhos. -ele riu.
-Mas não somos tão maus.
-Você tem razão. Desde que saí de Los Angeles, não estou me sentindo muito... confiante. -cruzei os braços na frente do corpo.
-Você ainda é teimosa, não está totalmente perdida.- sorriu para mim.
Achei engraçado pelo fato de essa poder ser a nossa ultima conversa e estarmos gastando com palavras tolas.
-Você e Jeremy...- começou- Estão juntos?
-Na verdade... -pensei um pouco- Não. Somos grandes amigos, ele sempre cuidou de mim.
-Ele parece ser mais que um amigo para você. - deu de ombros.
-Não me surpreende. -sorri- Mas sempre fomos apenas parceiros de equipe.
-Isso me parece menos ruim. -tocou em meu rosto. Parte de mim quis recuar, mas a outra quis apenas ficar ali e esperar o resultado.
Ele se aproximou fechando os olhos e meu coração disparou. Seus lábios tocaram os meus como uma música, foi um beijo verdadeiro, eu não sabia bem o que queria dizer. Ele se afastou e me analisou. E então, seus lábios dançaram sobre os meus novamente. Quando me dei conta, eu estava sorrindo por inteira. E eu não importava se eu fosse morrer essa noite. Tudo que eu sabia é que eu sentia algo por Oliver. E eu não tinha medo do que poderia acontecer. Ele se afastou ainda de olhos fechados e me beijou novamente, dessa vez foi intensamente. Seu corpo estava tão perto do meu. Senti seu calor em minha face, ardia como chamas de gelo. Não era totalmente intenso, porém era agradável. Ele segurou em minha cintura e me aproximou dele, estavamos tão perto. Eu podia ouvir seu coração.
E então... eu estava pronta para a morte.
Ele se afastou e percebi que olhava em meus olhos. Nunca vi algo tão belo.
-Como será daqui para frente? -perguntei em quase um sussurro.
-Não sei. - sua voz me pareceu sinsera. - Eu não quero ficar longe de você Lis.
-Pare com essa boiolisse -sorri.
-Também te amo. - me beijou.
-Eu não disse que te amava. - o sorriso cresceu em meu rosto.
-Não precisa dizer. -Ele riu. Encostei a cabeça em seu ombro. E fechei os olhos.
continua...

Quando parar? Cap.14

Cap. 14
Megan me fitava duramente, quase me dilacerava por dentro. Tentei fugir de seu olhar, ela estava quase me matando com os olhos. Jeremy sentou na mesa comigo. Ele me encarava como se eu fosse culpada de algo. Como se eu escondesse algo. E ele não estava errado.
-O que aconteceu Lis? você está estranha o dia todo. -tocou em minha mão.
-Não é nada... foi só um sonho ruim... uma lembrança ruim.

-Sonhou com John? -perguntou mexendo nos guardanapos.
-Sim. -foi tudo que eu disse. Pensei que se dissesse algo a mais minha voz falhasse. Ele suspirou.
-Lis... ele está morto. Sabe disso.
-Eu sei, eu sei Jeremy... mas você não entende. Me assusta. Ainda me abala. É involuntário.. -disse em quase um jato. Ele concordou com a cabeça.
-Tudo bem.. - pegou minha mão- Eu sei que é difícil.. mas não deixe que um sonho lhe abale desse jeito. Você é forte Lis, sabe disso. - assenti. Não estava me sentindo a pessoa mais forte do mundo naquele instante.
Quando Kessie estava guardando os sucos em caixa, alguém chamou por ela na porta. Percebi que era o mesmo cara com quem Megan estava falando mais cedo na rua. Passou rapidamente em minha cabeça a ideia de perguntar para Kessie quem era... mas eu não confiava nela o suficiente para saber que ela poderia me entregar. Percebi ligeiramente quando seus olhos bateram em mim do que se tratava a conversa.
Ele entrou e senti meu sangue congelar. Ambos vinham em direção à cozinha. Jeremy estava nos fitando na sala.
-Lis? -começou Kessie - Este é Phill
-Oi- disse fria.
-Ele está aqui para conversar com você- ela disse mecanicamente. Me levantei percebendo Oliver e Jeremy entrando na cozinha.
-Sobre o que?- disse tensa.
-Aparentemente você e Jeremy não são bem-vindos aqui. -Ele falava friamente. -Meu chefe decretou que não seriam bem vindos aqui... mas, - fez uma pausa. - vocês tem uma coisa que pertence a ele. E ele quer de volta.
- Eu nunca o vi na minha vida - disse - como posso ter algo que pertence a ele?
-Ele quer falar com você. -fechou a mão na frente da barriga. -Receio que seria melhor se fosse.
Olhei para Jeremy e Oliver.
-Eles vão também! -eu disse.
-Não funciona assim senhorita. - ele falava impressionantemente bem para alguém de porte tão baixo. Senti um frio correr por minha espinha.
-O que Sam quer com ela? -Perguntou Jeremy.
-Conversar. Eu já disse - ele se mantia calmo. Oliver se aproximou dele.
-Eu vou com vocês. -disse frio, sua voz me assustou.
-Sinto muito senh...
-Eu vou! - disse por fim.
Oliver me acompanhou até o carro e entrou no banco traseiro comigo. Senti firmeza naquele carro por incrível que parecesse.
Oliver e eu nos encaramos e ele segurou minha mão, eu quis recuá-la, mas ele não deixou. Parecia saber o que eu precisava. Mesmo que eu não soubesse.
Continua...